sexta-feira, 4 de setembro de 2009



Poxa, mas é difícil.
Eu nunca consigo saber o que é verdade ou o que não é. O que é da minha cabeça e o que acontece de verdade. Não percebo as reais intenções das pessoas. Ou sou muito ingênua, ou muito dura, não acreditando em ninguém por ter medo de me machucar.
E agora? Como eu faço as coisas acontecerem?
Eu sei que não deveria, mas tenho tanto medo de tudo dar errado de novo.
E agora e agora e agora?


PS: foi só falar do sol que ele foi embora...
PPS: hoje estou tão pessimista
PPPS: Poxa, vou escrever mais. Estou com vontade.

Estou tão perdida.
Quem sabe é porque eu parei de ir no psicólogo. Mas foi ele mesmo que disse que eu podia... Ele disse que eu tinha melhorado muito, e que ia conseguir me virar sozinha por algum tempo. E eu estou. Me virando sozinha, sabe. Eu acho. Mas às vezes, mesmo assim, me pergunto se já não seria a hora de voltar...
Às vezes só fico pensando... Pensando nas tantas coisas que eu posso ser, e no jeito que eu sou.
Nas roupas que eu decidi vestir, nas músicas que eu decidi ouvir e das que eu decidi não ouvir, das pessoas com quem eu decidi me relacionar, da maneira na qual escolhi me relacionar com essas pessoas, do jeito que eu decidi fazer com que todas elas me vejam.
Não assusta pensar que a gente pode escolher tudo isso? Simplesmente escolher tudo isso. Tudo isso daí. Tudo.
Escolhas assustam. A possibilidade de fazer a escolha errada assusta. As consequencias que virão depois da escolha, que pode estar errada, também assustam.
Meu psicólogo falava disso comigo. E sempre que meu medo de errar era o assunto, ele me perguntava, "Tá, e o que pode acontecer de tão horrível assim se você estiver errada?"
A maioria das vezes em que isso acontecia, era porque estávamos falando sobre meninos. Porque eu estava, mais uma vez, praticamente platonicamente apaixonada. Porque eu estava, mais uma vez, fazendo coisas idiotas, falando coisas idiotas, fugindo de algum menino - de quem eu claramente não queria fugir - feito uma idiota. Porque eu estava morrendo de medo de ser rejeitada. Porque eu estava, mais uma vez, prestes a ser rejeitada.
Não quero ser emocore. Juro. Não quero mesmo. Eu só estou falando a verdade. Não me comparando a ninguém, não dizendo que sou a mais sofredoura do mundo. Só estou falando a verdade.
Aliás, quem sabe uma outra verdade deva ser dita também: em todas essas vezes, ou na maioria delas, foi minha, a culpa.
Foi minha a culpa, porque fiquei com medo, e porque não soube lidar com esse medo. Ainda não sei como lidar com ele. Eu quero, mas não sei. Foi-se a época em que eu era corajosa, foi-se aquele - aquele - dia em que eu pedi para ir ao banheiro, no meio da aula de inglês, e pedi um menino em namoro no meio do corredor.
Argh, tudo parecia tão mais fácil antes. Eu não consigo fazer as coisas voltarem a ser daquele jeito. Acho que fui eu que mudei. Que comecei a me preocupar. Que comecei a ter medo de tudo. De fazer as escolhas erradas, de receber um não como resposta, de me machucar, de cachorros, de meninos.
Quer dizer, é claro que eu sempre tive medo. Principalmente de cachorros.
Mas por que, agora de repente, eu fiquei covarde e não consigo mais encará-los?
Pedir aquele menino da aula de inglês em namoro - não quero soar ridícula, mas - foi um dos meus atos mais corajosos. E nós namoramos por 9 meses. E foi muito bom.
Agora já acabou. E já faz algum tempinho.
Já faz algum tepinho também que eu preciso voltar a me arriscar. Faz algum tempinho que eu preciso voltar a ser corajosa.
Não quero sair daqui agora, depois de ter escrito tudo isso, e voltar a fazer as mesmas coisas.
Não quero que seja como o meu medo de cachorros. Que seja como quando acho que tudo ficará sob controle, até quando o cachorro aparece, e eu, ridicula e desesperadamente, me escondo, como eu sempre fiz, desde pequenininha.

Não quero nada disso. Estou escolhendo agora; escolhendo me arriscar. Espero que essa seja a escolha certa.
Se bem que, pensando bem, o que pode acontecer de tão horrível assim se eu estiver errada?

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