domingo, 12 de dezembro de 2010

swallow the key

Antes das minhas férias começarem e da pontualidade do meu relógio biológico (que, apesar de eu estar tentando mudar esse quadro, é, normalmente, a única pontualidade que eu tenho) ser estragada por completo, o que eu mais queria, praticamente todos os dias, era conseguir dormir antes das 22h. E eu nunca conseguia.
Agora são 02h28 da manhã, e, como, desde que a menina pela qual o narrador era apaixonado morreu, eu pseudo-abandonei a leitura de Looking For Alaska; acabei de desligar o computador. Utensílio que, pelo menos hoje, teve fins sutilmente mais interessantes do que quando me deixo passar horas e horas descobrindo as mais indescritivelmente inúteis coisas, como qual príncipe da Disney é meu par ideal (Fera) ou qual cor é a minha aura (azul). Ao invés disso, eu, hoje, passei o período entre as 23h e as 02h17 relendo a maioria dos posts do meu blog. Blog que, mesmo tendo pouco menos de um ano de existência, me permitiu perceber algo quem sabe imperceptível aos meus milhões de leitores: o quanto eu evoluí nesse período de tempo.
Foi só algum tempinho atrás que percebi o quanto a escrita, quando não tem função informativa (ou quem sabe até então), é inconscientemente hipócrita, e não consegue retratar a realidade da maneira na qual eu, ingenuamente, sempre acreditei que conseguia. Assim como quando me deparei com uma mãe convertida ao espiritismo e incapaz de me consolar, ou com um garoto de 16 anos que não age como um homem, e sim como um garoto de 16 anos (como há de se esperar...), perceber isso foi uma grande decepção. O que parcialmente justifica o fato de eu não ter escrito nada por aqui desde aquela grande decepção amorosa, aquela, proporcionada por ninguém menos do que o garoto-de-16-anos-que-age-como-tal.
Bem, só sei que agora estou aqui. Já passam das 3 da manhã, e estou querendo chegar a algum lugar, por mais confusa que essa tentativa de volta à escrita possa estar saindo. Acredito que, se isso fosse uma redação (aliás, que inesperado que é sentir saudades das redações semanais da escola, e até daquele desejo inatingível de dormir antes das 22h todos os dias), eu perderia muitos pontos no quesito Coesão e continuidade. É que o que eu queria mesmo, depois de reler tantos textos e de relembrar todos os momentos que eu, hipócrita ou não-hipocritamente, descrevi aqui, era registrar, da maneira mais verdadeira possível, o quanto estou bem e o quanto estou orgulhosa de mim mesma por tudo o que conquistei nesse período de pouco mais de um ano.
Eu, apesar das dificuldades, decepções, dramas e infantilidades (afinal, sou só uma garota de 16 anos), estou bem. Daqui a pouco vem 2011, e eu continuo aqui, tentando, com a maior boa vontade, driblar não só a grande mentira que pode ser escrever, como também a grande mentira que pode ser viver.
E é isso aí.

"I'm gonna make it, make it better
I'm gonna get the best and lock it up and
swallow the key"

2 comentários:

  1. I'm glad you used the metaphore I told you :)

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  2. Goodness! Imagens mentais desse post: 1. Inspirou, escreveu, expirou, num só fôlego; 2. um gato muito louco preso numa bexiga de festa; 3. você, descendo de cabeça num tobogã.. rs
    Na boa, só desligar o computador e deitar um pouco mais cedo. O mais já passou.
    bjs

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