segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Vim para Balneário Camboriú, em Santa Catarina, todos os verões da minha vida, sem exceção. Em todas essas vezes, fiquei hospedada neste mesmo apartamento, situado a 3 quadras da praia e que pertence ao meu avô. Apesar de, ao longo do tempo, o lugar ter sido reformado, redecorado várias vezes e assaltado (apenas uma vez, graças a Deus); além da constante chegada de novas tecnologias ao apartamento - novos ventiladores, ar-condicionado, nova geladeira, máquina de lavar roupa... -, vir aqui me parece sempre igual. Chegar aqui e sentir o cheiro familiar, ouvir o barulho que meus pés descalços fazem quando ando sobre o piso, dormir na mesma cama, olhar para a mesma janela, coberta pela mesma cortina, enquanto fico deitada descansando e esperando meu cabelo secar depois do banho...
Outra coisa que se tornou familiar com o tempo foi "conviver" com a família que estivesse hospedada no apartamento ao lado, já que a janela da nossa cozinha dá certinho na frente da janela do apartamento 502. Já ouvi muitas conversas alheias, a maioria das vezes travadas por mulheres meio fofoqueiras enquanto cozinham ou enquanto uma delas lava e a outra seca a louça (essas são mais difíceis de ouvir por causa do barulho da água). Esse verão, depois de chegarmos aqui, enquanto ajudava a guardar as coisas de cozinha, olhei pela janela e imaginei quem estaria hospedado ali esse ano. Quem sabe seria alguém interessante. Um cara bonito.
No final das contas, acho que vou permanecer na familiaridade. Nada de caras bonitos e interessantes para eu paquerar. Acabei de voltar da cozinha, onde estava tranquila comendo uma bananinha, até perceber que estava invadindo a privacidade de um gordinho de bigode, que, ali na sua cozinha, estava tirando um tatuzinho do nariz.

Um comentário:

  1. haha e quem nunca sonhou com um cara bonito como vizinho,vendedor,amigo de alguem conhecido,viagens e etc? hahah
    muito bom,veva! Seus textos sao incríveis,assim como voce!
    beijos da Rafa

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