sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Hoje, no meio da aula de inglês, eu quis fugir de todas aquelas pessoas chatas e pedi para ir ao banheiro. Lá, onde eu esperava conseguir ficar sozinha e me lamentar em paz, acabei encontrando a faxineira.
Foi tão estranho. Enquanto eu estava sentada na privada, fazendo aquele mini-xixizinho que sai quando você vai no banheiro sem estar realmente com vontade, senti uma necessidade inexplicável de contar para aquela velhinha todos os problemas da minha vida.
Foi por isso que, depois de apertar a descarga, abri a porta da cabine e, enquanto lavava minhas mãos, olhei para ela e disse:
"Ai, eu queimei minha língua ontem, tomando chá. Está ardendo um monte."
Ela olhou para mim com uma cara engraçada. Quem sabe porque nenhuma das alunas normalmente fala com ela. Quem sabe porque o que eu tinha acabado de lhe dizer não era nenhum pouco interessante. A única coisa que ela deve ter tido vontade de responder para mim, naquele momento, foi, provavelmente, "QUI BÓM", do mesmo jeitinho irritante que uma fã de Pânico na TV da minha sala diz, toda vez que, na aula de biologia, alguém diz alguma coisa do gênero "Minha tia também tem varizes na perna".
However, "Coitadinha. É muito ruim, né?", foi o que ela acabou dizendo, antes de virar as costas para mim, pegar o seu balde e me deixar ali sozinha, plantada na frente da pia.
Eu estava acabada. Tenho 2 provas todas as sextas-feiras, e eu acabo passando o resto do dia me sentindo meio oi,-estou-morrendo, depois.
E ali estava eu, na frente do espelho, com umas olheiras enormes, com dores musculares (não sei daonde), dor de cabeça, sendo abandonada pela faxineira do banheiro e me sentindo UM TANTO QUANTO oi,-estou-morrendo.
A verdade é que minha língua queimada não representa exatamente os "todos os problemas da minha vida" que eu estava planejando em contar para ela. Mas, the thing is, eu não sei o que está errado. Tudo o que eu sei é que alguma coisa está.
E que, agora, deitar no sofá para comer bolacha, tomar suco de uva e assistir Sex and the City me parece a melhor coisa a fazer.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Sempre que a seleção brasileira joga, eu torço para que eles consigam marcar o primeiro gol da partida. Isso é porque, normalmente (mesmo não tendo sido bem assim, com a Holanda...), quando nossa equipe começa bem um jogo, ela fica confiante e tem ânimo para continuar bem. Por outro lado, poucas foram as vezes que os vi começar mal uma partida e reagir para conseguir virar o placar.
Esse ano começou bem para mim. Aliás, acho que posso até dizer muito bem. Com uma nova psicóloga, companhias agradáveis, a constante troca de e-mails com minha melhor amiga, bastante tempo para mim mesma e para o tumblr; minhas férias de verão, apesar de chuvosas, foram ótimas e cheias de descobertas. Além disso, mais tarde, quando o ano letivo começou, eu estava animada e bem disposta, querendo aprender e conhecer coisas e pessoas novas. Lembro, inclusive, de ter escrito, na contra-capa do meu caderno do Ursinho Pooh, frases típicas da minha época de tumblriana assídua, como "Fear is the thief of dreams" ou (e essa eu escrevi bem grande e em vermelho, do lado do desenho de um diamante), "I HAVE DECIDED THAT THIS WILL BE A GOOD YEAR."
É claro que alegria, disposição e outros sentimentos tumblrianos não ocupavam meu humor 100% do tempo, e eu ainda tinha meus momentos de questionamentos, solidão e TPM, mas eu tinha conseguido manter tudo sob controle.
Pelo menos até o final de maio, quando o "good year" que eu tinha decidido ter começou a ir por água abaixo.
Assim como a seleção brasileira, e eu já falei sobre isso aqui no blog uma vez, eu costumo ter certa dificuldade em reagir quando as coisas vão mal; dificuldade em levantar a cabeça, quando estou perdendo, e conseguir "virar o placar". E, depois do incidente-do-final-de-maio, foi isso que aconteceu.
O que eu queria era esquecer aquela frase em vermelho na contra-capa do meu caderno, já que levantar a cabeça para virar a merda do placar, onde eu sentia estar perdendo de 234 a 0, me parecia impossível.
Hoje, em agosto, com a cabeça levemente mais levantada do que no final de maio, não sei se posso dizer "eu consegui". Aos momentos de questionamentos, solidão e TPM, foram adicionados alguns momentos onde me sinto totalmente errada e perdida no mundo, e, às vezes, me pergunto se eu ainda não me perdoei, por mais ridículo que isso possa parecer. Mas tento sempre lembrar que a seleção brasileira, apesar dos defeitinhos, é a única penta-campeã do mundo. E, apesar de não estar presente na contra-capa do meu caderno do Pooh, tem uma frase tumblriana que eu nunca consego tirar da cabeça.


terça-feira, 3 de agosto de 2010

"And I mean, you're only human, sabe?"
- Emilie Winter