domingo, 6 de novembro de 2011

isto e isso e aquilo, e mais aquele lá

(Inspirado na "grotesca metáfora" do post anterior e em um dia-de-limpa-no-armário)

Uma vez a cada ano, preferencialmente nas férias, é dia de faxina: tira-se tudo do armário, observa-se tudo fora dele (com certo espanto) e faz-se aquela seleção de coisas, aquela limpa, que parece esvaziar um pouco mais a casa ao mesmo tempo em que preenche um pouco mais o tempo a alma.
É no desenrolar desse processo que a gente tem a possibilidade de, mesmo inseridos nesse capitalismo maluco onde ter e comprar nos são constantemente impostos, perceber e admirar a beleza e o prazer de se livrar de nossas coisas. E parece que é mesmo só ali, no momento em que está tudo exposto e bagunçado, que podemos realmente encará-las de frente: as nossas coisas.
Palavra que sempre me pareceu vaga demais, "coisa" é de fato o que melhor expressa o que se vê diante de cenas como a pilha de roupas, sapatos, bolsas, livros, CDs e apostilas que há pouco faziam do meu quarto intransitável.
São, sim, só coisas.
Mas por que guardamos tantas? Por que queremos tantas?
Por muito tempo julguei ser esta uma questão de ego, de afirmação da própria personalidade.
Mas ao passar dos anos, das faxinas e dos pseudo-entendimentos das crises mundiais, a gente muda de ideia a respeito das coisas. A respeito da importância e da suposta necessidade de todas essas tão abundantes e vagas coisas.

Um comentário:

  1. Hehehe, adoroooooo fazer isso! Me sinto mais leve! Beijos Andressa Poliana

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